Em entrevista com a Tatame, Paulão Filho comenta alguns pontos e diz não estar muito feliz com muitas criticas que vem recebendo,
Paulão Filho
“Continuo aqui, defendendo nossa pátria. Queria um pouco mais de apoio, é tanta crítica que fico até desanimado. Um atleta com cartel 20-1 não pode ser desrespeitado”
Confira a entrevista no site da tatame ou veja em nosso Blog
Você venceu um chileno peso pesado no começo do mês, em São Paulo... Como foi a luta?
Me chamaram em cima da hora e aceitei. O cara tinha 120kg, 1,90m de altura, forte, mas deu certo... Vi que ele tinha um direto de encontro bom, então fui pro single leg e ele tentou levantar. Levantei no colo e derrubei, mas ele virava... Botei pro lado até chegar no cem quilos e ali tentei uma chave que o mestre Oswaldo Alves me ensinou, mas não deu. Montei e dei um soco só para abrir espaço, mas pegou dentro do olho e ele acabou machucando o olho.
Você sentiu essa diferença de peso?
Não sinto isso, graças a Deus tenho muita força física e não me preocupo com altura ou força, só preciso estar bem preparado. Se eu fosse um atleta mais disciplinado... Tenho todos os atributos, não perco posição, chego lá na posição e vou na progressiva, uma coisa que o Rickson (Gracie) me ensinou, e chego na finalização. O caminho é por aí.
Sua próxima luta é contra o Denis Kang, no Impact FC. Qual a expectativa?
O Kang era muito meu amigo, quando ele era um faixa-roxa ele dormia na minha casa, lembro de ter encontrado com ele quando fui lutar com o Amar Suloev, ele estava com aquele cabelinho chanel... Fiquei meio sentido de lutar com ele, mas ele veio falando umas gracinhas e fiquei magoado. Ele falou que ia fazer e acontecer, que não ia ter misericórdia, mas papai do céu é justo e botou o Kazuo Misaki (na final do GP do Pride)... O cara ficou montado por nove minutos e não fez nada, é complicado. O Denis é aquele cara, tem o direto forte, mas sinto que sou muita areia pro caminhão dele. E ele e a equipe dele sabem disso.
Você ia lutar com ele na final do GP, mas a luta acabou não acontecendo porque você se lesionou... Como você acha que será essa luta?
Vai ser um Paulão partindo para cima dele, se bobear caio na mão, mas se for pro chão ele vai virar um boneco. O pessoal está muito preocupado com a trocação, mas a América é diferente. Eu sou aquele cara do Jiu-Jitsu puro, é só dar uma cutucada para abrir espaço, e não é à toa que o Jiu-Jitu é considerado a arte marcial mais eficaz pelos lutadores.
Como estão os treinos?
Estou ótimo, com 90kg já, bem focado, só aguardando o momento da luta.
O visto para a Austrália não será problema para essa luta, né?
Isso já não é da minha parte, é com os empresários, não tenho muito o que fazer. Eu fiquei muito magoado quando ia lutar com o Hector Lombard, cheguei lá e o cara (do Consulado) não foi correto. Ele viu várias entradas nos Estados Unidos no meu passaporte e mesmo assim negou o visto. Mas há males que vêm para o bem. Mas estou muito insatisfeito, gostaria que as pessoas soubessem que o Paulo Filho continua aqui, defendendo a nossa pátria. Queria um pouco mais de apoio, é tanta crítica que fico até desanimado. Um atleta com cartel 20-1 não pode ser desrespeitado.
Como você se sente voltando aos eventos internacionais?
Fico muito feliz, e acho que demorou muito. Lutei com o Melvin (Manhoef), depois tive síndrome do pânico e fiquei travado em cima da cama... Lutei com o Alex Schoenauer, um cara mediano, e estava destreinado... Se ele soubesse como eu estava ele talvez se superasse, mas acho que ele ficou com medo.
O Arona se encontrou com o Dana White e está a um passo de fechar com o UFC... Como você vê a entrada dele no Ultimate hoje?
O Arona é fantástico, um cara explosivo por natureza, uma disposição que eu fico impressionado... Eu acho que em uma nova oportunidade dele com o Shogun vai ser de lavada, mas prefiro ficar quieto. Com o Quinton (Rampage Jackson) foi aquele bate-estaca, todo mundo ficou surpreso, mas ele vai arrebentar. Somos muito amigos e tenho certeza que vai dar tudo certo, ele vai ser campeão.
